Corujas brasileiras
CORUJAS BRASILEIRAS
José Carlos Motta-Junior* Adriana de Arruda Bueno* Ana Cláudia Rocha Braga Departamento de Ecologia, Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (*) pesquisadores associados ao Instituto de Biologia da Conservação – IBC
(e-mail: mottajr@ib.usp.br)
Apoio: FAPESP, CAPES e Fundo Mundial para a Natureza - WWF/Brasil
Introdução
Corujas, caburés e mochos são aves peculiares que lembram a face humana devido aos seus grandes olhos voltados para frente. Talvez por isso, na antiga Grécia as corujas eram associadas à sabedoria. No entanto, devido aos seus hábitos noturnos e vocalizações típicas, estas aves também têm sido associadas à má sorte e a maus agouros. Apesar das pessoas acreditarem que todas as corujas são noturnas, isso não é totalmente verdade. Há algumas exceções, como a corujaburaqueira (Athene cunicularia, Fig. 1) e o caburé (Glaucidium brasilianum, Fig. 2), as quais podem ser ativas durante o dia, mas também utilizam horas crepusculares no crepúsculo e a noite. As corujas formam um grupo de aves com padrões bastante característicos de comportamento, morfologia e anatomia. Pertencem a Ordem Strigiformes e estão divididas em duas famílias: Tytonidae e Strigidae. A maior parte delas encontra-se na segunda família. Seus parentes mais próximos são os bacuraus e curiangos (Ordem Caprimulgiformes). Segundo as revisões sistemáticas mais recentes encontram-se em todo o mundo cerca de 212 espécies ou tipos de corujas que ocupam todos os continentes, com exceção da Antártida. Desse total, 24 espécies foram registradas no Brasil (Tabela 1). Há ampla variação de tamanho entre as corujas: dentre as espécies brasileiras temos desde os pequeninos caburés (cerca de 60 g) até os jucurutus (Bubo virginianus) com cerca de 1 kg.
2
Fig. 1. Coruja-buraqueira – Athene cunicularia (145185g).
Fig. 2. Caburé –