Corticoides
Autores
Júlio César Abreu de Oliveira1
Publicação: Jan-2006
1 - Qual o princípio em se utilizar os corticóides pela via inalatória no tratamento de certas doenças respiratórias?
Os glicocorticóides são conhecidos pelo seu grande poder antiinflamatório, característica fundamental para o tratamento de determinadas doenças, com destaque para a asma. No entanto, o seu uso prolongado é associado a uma variedade de efeitos colaterais, restringindo a sua utilização. Assim, com o objetivo de atingir uma ótima ação tópica, porém com baixa repercussão sistêmica, corticóides inalatórios foram desenvolvidos.
Inicialmente tentou-se a cortisona, que apresenta ação tópica fraca e exigia altas doses e posologia freqüente, de hora em hora, impedindo seu uso clínico. Posteriormente, utilizou-se a dexametasona, com potente ação tópica; porém, sua alta biodisponibilidade sistêmica levou a efeitos sistêmicos importantes, inclusive síndrome de Cushing. Na década de 70, com o surgimento do dipropionato de beclometasona, droga que apresentava melhor perfil terapêutico que as anteriores, a corticoterapia inalatória ganhou força e passou a ser utilizada com maior freqüência. 2 - Quais são os corticóides inalatórios disponíveis?
Atualmente, temos os seguintes corticóides inalatórios:
• beclometasona,
• budesonida,
• ciclesonida,
• flunisolida,
• fluticasona,
• mometasona,
• triancinolona.
3 - Qual o mecanismo de ação dos corticóides inalatórios?
O corticóide inalatório, tal como o sistêmico, exerce sua ação principalmente por meio de mecanismos moleculares. Após se ligar a receptores de glicocorticóides situados no citoplasma de praticamente todas as células, o complexo corticóide-receptor penetra no núcleo celular onde se liga ao DNA e então ativa ou reprime a transcrição genética de diferentes mecanismos de ação celular. Os corticóides também promovem seus efeitos por meio de ação indireta sobre o genoma e por ação sem ligação com o