Corrupção
A democracia moderna do ponto de vista teórico exige que os atores políticos se comportem e ajam tendo como referência um conjunto de normas e procedimentos democráticos. A cultura, as instituições, as normas e as leis cumprem um papel fundamental no sentido de orientar as ações dos indivíduos e de concretizar os princípios básicos do regime democrático, sobretudo, os de garantir a participação política dos cidadãos considerados aptos no processo de tomada de decisões e o de controlar as ações dos governantes pelos governados.
Evidentemente, a questão da participação envolve outros pontos importantes como o sufrágio universal, que permite a igualdade política de participação dos cidadãos, e também, principalmente a existência efetiva dos direitos civis e políticos que consenti aos cidadãos manifestarem, contestarem e expressarem suas idéias políticas, participarem das questões públicas, se organizarem e competirem de forma pacífica pelo poder político. Por sua vez, a questão do controle remete a outros pontos também importantes como a qualidade e efetividade das leis, mecanismos de controle - accountability vertical e horizontal – e de transparência das ações dos governantes, e a existência de instituições que garantam a distribuição de poder político e atendam as demandas dos cidadãos, transformando-as em políticas públicas (Bobbio, 1986; Dahl, 1997; Diamond e Morlino,
2004; Moises, 2005). Portanto, diferentemente de outros regimes políticos, a democracia moderna se centra também na responsavidade e na transparência dos atos dos governos e dos políticos.
Neste sentido, o fenômeno da corrupção política e a sua tolerância, sem dúvida se tornam um grave problema para os regimes democráticos, pois rompem diretamente com seus princípios mais básicos. A má administração pública ou a ineficiência dos governos e das instituições políticas, em razão da corrupção, provocam por