Corpus christi
Carlos Eduardo Spadin
Há cerca de oito séculos a Igreja celebra a Festa de Corpus Christi. O nome, que em latim significa “Corpo de Cristo”, foi instituído pelo Papa Urbano IV em 1264.
Corpus Christi sempre ocorre na primeira quinta-feira depois da festa da Santíssima Trindade fazendo, dessa forma, um paralelo com a Quinta-Feira Santa. Isto se dá porque tanto na Quinta-Feira Santa quanto no Corpus Christi, o foco é a Eucaristia. No entanto, essas duas festas cumprem funções litúrgicas diferentes: na Quinta-Feira Santa celebramos a instituição da Eucaristia, ao passo que, na festa de Corpus Christi manifestamos publicamente nossa fé na Eucaristia, ou seja, nossa fé no mistério do Cristo que se faz presente no pão e no vinho.
A liturgia dessa festa é bastante rica e profunda, fundamentada em duas palavras, importantíssimas para a autêntica vivência cristã: Fidelidade e Compromisso.
Santo Tomás de Aquino nos apresenta as chaves para meditarmos as leituras dessa festa, quais sejam, Dt.8,2-3.14b-16ª; 1Cor10, 16-17 e Jo6, 51-58. Segundo esse grande doutor da Igreja, a Eucaristia deve ser contemplada a partir de três dimensões:
- Como memorial de Cristo;
- Na perspectiva da unidade dos cristãos;
- Como prefiguração da nossa união definitiva e plena com Cristo, nos céus.
Cada uma das leituras nos apontam para essas dimensões.
Na primeira leitura, o autor do livro do Deuteronômio chama a atenção para que o povo não se esqueça da aliança com Deus, aquela estabelecida no Êxodo. Assim também nós, diante da Eucaristia, somos chamados a nos manter fiéis às promessas do nosso Batismo, fiéis À fé que professamos.
Ao escrever para a comunidade de Corinto, Paulo ressalta que a Eucaristia é sinal de unidade da fé no Corpo e no Sangue de Cristo. E vai além: lembra que Eucaristia sem amor fraterno é impossível. Será que nós estamos vivendo verdadeiramente o amor