corporeidade
A CORPOREIDADE DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN SEGUNDO AS REPRESENTAÇÕES DE
SEUS PAIS E MÃES
Jocimari Carrão
A ngelita A lice Jaeger
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Buscando conhecer quais são as representações elaboradas pelos pais de crianças com Síndrome de Down sobre a Corporeidade destas, realizamos uma investigação, utilizando-se da pesquisa etnográfica. Foram estudadas quatro famílias que possuíam um(a) filho(a) com a referida síndrome, com idade entre zero e três anos. O estudo utilizou a observação participante, diário de campo, e entrevistas, com o intuito de coletar o material necessário para posterior análise; paralelamente, foi feita a revisão de literatura e a análise interpretativa dos dados coletados. As famílias foram contactadas através do auxílio da APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Passo Fundo/RS, que freqüentavam o Programa de Estimulação Essencial desta instituição. A análise das informações e a discussão dos resultados levaram-nos às seguintes conclusões: primeiramente, os pais elaboram representações depreciativas com relação à corporeidade de seus filhos. Após, essas representações são reelaboradas, onde a criança é vista como atuante e expressiva, vivenciando sua corporeidade.
Alguns atributos culturais preocupam os pais, mas não afetam na relação destes para com a criança; a mobilidade da criança, apesar de seu déficit, é vista como forma de expressão e de ser-no-mundo.
Palavra-Chave: Corporeidade; Síndrome de Down; Representações Sociais.
Abordar a temática da corporeidade de crianças com algum tipo de deficiência, no caso a Síndrome de Down, não é uma tarefa fácil. Isto, porque, inicialmente, já nos deparamos com um duplo desafio: primeiro, temos de superar o dualismo antropológico vigente em nossa cultura que fragmenta o homem em corpo e mente, e segundo, porque temos de pensar sobre a corporeidade de pessoas que são socialmente categorizadas