Corporação
Essa poderia ser a descrição de uma típica cena feita pelos estúdios Hollywoodianos para algum romance ou comédia. Entretanto, ao ligar o áudio do player é possível compreender que a cena não se trata de uma cordial conversa entre diferentes faixas etárias, mas sim de um protesto promovido pelos jovens, contra o senhor, que é posteriormente identificado no vídeo como um conselheiro da organização SHELL. Tal caso é exposto no documentário “The Corporation” (2003) dos diretores Jennifer Abbott e Mark Achbar, que aborda através de entrevistas com historiadores, ativistas e executivos, a evolução das corporações através do sistema capitalista, e as consequências ou ausência delas, perante as ações antiéticas realizadas pelas organizações na base do “lucro a qualquer preço”.
É por meio desse enlaço que a película se desenvolve, retratando os tempos sombrios enfrentados atualmente pelas corporações. Se no século XVIII os protestos ambicionavam melhorias individuais como salários mais altos, hoje a globalização permite através dos sofisticados meios de comunicação e informação o surgimento do consumo consciente, onde os dados a respeito de como, onde e com quais materiais um determinado produto é produzido são acessíveis, o que possibilita uma maior percepção das ações corporativas, e muita vezes gera uma irreprimível inconformidade coletiva.
O fato é que ao refletir sobre a gestão atual percebe-se que é imprescindível a pratica de ações sociais e ambientais que agreguem valor a corporação, tornando-a dessa forma uma “pessoa jurídica cidadã”, o que certamente promove uma atitude positiva do consumidor perante uma organização e seus produtos.