Corpo, a onda, as peculiaridades e o caráter social das festas rave
O corpo, a onda, as peculiaridades e o caráter social das festas rave
No mundo em que vivemos, com tecnologias diferentes surgindo a cada dia, o consumismo acelerado e constante, a ideia de vida tecnológica e com todas essas peculiaridades do mundo novo em que vivemos, podemos ressaltar a criação de um novo modo de interação social que é fruto de todas essas mudanças tecnológicas, as festas rave. Em meio ao uso de substâncias psicoativas, os jovens que frequentam esse tipo de festa utilizam do corpo para obter o êxtase a partir de diversas maneiras e estão relacionados a fortes identidades sociais e dicotomias. Festas rave são festas que geralmente acontecem em sítios, praias, planícies e chapadas afastados dos centros urbanos, são festas que duram de 3 dias a uma semana e geralmente tem um público jovem de 20 a 30 anos vindos de classe média. O fato de ter sempre pessoas de classe média nessas festas é porque elas são basicamente elitistas devido ao alto preço do ingresso e das despesas durante a festa, além dos preços das próprias substâncias psicoativas que são utilizadas como obtenção do êxtase nessas festas.
A principal busca nesses eventos é a obtenção do êxtase, a partir da harmonização de todos os referentes simbólicos e é pelo corpo que esses símbolos e signos são entendidos, pois o corpo é a ferramenta para o êxtase. As três formas de se chegar a esse êxtase, que devem ser unificadas harmonicamente para chegar ao estado de transcendência são as substâncias psicoativas, movimentos que são repetitivos na dança e pelo jogo dos sentidos, essas são técnicas do corpo. Marcel Mauss em seu texto “As técnicas do corpo”, explica o conceito por “Entendo por essa expressão as maneiras pelas quais os homens, de sociedade a sociedade, de uma forma tradicional sabem servir-se de seu corpo.” (Mauss 1974). Isso significa, neste caso, que os participantes das festas servem de seu corpo para seu transe, porém através do “jogo dos sentidos” aonde são