Corpo que reza
Ao corpo humano é dada a denominação de entidade espiritual, sem, contudo, deformar sua anatomia por completo. De certa maneira, até se justifica certo preconceito contra a lógica da razão formal e o sentido de corpo como entidade orgânica. No cristianismo, o corpo só afirma sua autenticidade espiritual pela morte e ressurreição de Jesus. em nome da ordem religiosa, informando que a salvação do homem é a ausência do corpo, revelando uma teologia plena renovada. O conceito de corpo torna-se alterado pelo julgamento do cristão que reage à morte como perda; ressurge como uma única opção para enfrentar o vazio religioso deixado pelos pagãos, estes que gradativamente abandonam o mítico, embasados pelo logos, Introdução
A revelação cristã pode ser aqui invocada como reorientação para o pensamento sobre o corpo, do tema corpo, como anúncio de uma espiritualidade tardia. Com ou sem razão diante da cultura, todo o pensamento cristão, de Roma a Atenas, nos séculos III, IV e V da nossa era, traz ainda os resquícios de um pensamento pagão, segundo o qual estaria vulnerável para aceitar o cristianismo como forma de rever os conceitos sobre saber, crença e fé. Pensar sobre o corpo, segundo alguns aspectos da filosofia grega, esgotado no termo de uma longa história, abre-se para o ser espiritual, aceitando e deixando-se influenciar por uma concepção de relação do homem com Deus. inauguram o novo corpo consagrado.
Todos os cristãos que retomam a doutrina não percebem que, se o corpo sensível não existe, o sofrimento de Cristo foi em vão, e a encarnação de Cristo, um grande equívoco.
A verdade religiosa torna-se a um modelo de criação que permite interpretar o ser no mundo, pondo o problema filosófico do ser criador e do ser criado, de Deus e do homem. Não se trata de uma nova filosofia ou a adesão do cristianismo a qualquer outra. Porém, é possível interpretar o cristianismo como uma consagração do espírito religioso do homem, na forma de interpretar a si mesmo