Corpo cativo e corpo assujeitado
Corpo cativo e corpo assujeitado: as marcas da deficiência.
Corpo cativo e corpo assujeitado: as marcas da deficiência. Os fantasmas reais da escravidão
A escravidão no Brasil, o último país do mundo a extingui-la, foi a instituição mais duradora, conservadora e persistente. Iniciou-se pelos índios e pouco depois pelos povos africanos. No Brasil, a verdadeira máquina de trabalho do sistema colonial era o braço escravo, mesmo após a Independência. A Inglaterra tinha um interesse abolicionista puramente econômico, pois não poderia obter mercado de escoamento de sua produção industrial (implantar máquinas que substituíam o escravo) em países onde a escravidão permanecia.
A Igreja Católica nunca começou qualquer missão antiescravista, com exceção dos índios, a não ser por alguns poucos padres. Conventos e monastérios sobreviviam à custa do trabalho escravo. A Companhia de Jesus que se sempre manifestou contra a escravidão dos índios, nunca usou uma palavra a favor dos negros. Mesmo antes do descobrimento, a Igreja Católica não assume posição contrária à escravização do negro, mas faz elogios e tem esses feitos como títulos de glória para a Coroa de Portugal.
A partir de 1880, surgiu no Brasil um forte movimento antiescravatura que era composto tanto de figuras políticas e intelectuais notáveis quanto de gente do povo, escravos e ex-escravos. Nessa década a luta abolicionista chegou ao auge. Se de um lado os senhores feudais se viam assombrados com os efeitos da abolição, de outro, entre abolicionistas, poucos se lembravam de lutar efetivamente por reformas que deveriam acompanhar as condições de vida da maioria da população. À Abolição sucedeu, porém as condições dos ex-escravos permaneceram semelhante às da escravidão. Obrigados a optar entre a liberdade de passar fome ou o trabalho servil e