COPA 2014
No tocante aos recursos, três quartos dizem respeito a transporte urbano, aeroportos, portos, telecomunicações, segurança e turismo, itens de primeira necessidade. Portanto, a análise do custo/benefício de recebermos a Copa deve voltar-se especificamente aos gastos públicos com os 12 estádios, em cujas obras os municípios, estados e União participam com 90% dos recursos, por meio de financiamento, isenções fiscais e/ou investimento direto.
Metade do montante realiza-se com empréstimos do BNDES, com juros subsidiados. Apenas o estádio de Brasília não captou dinheiro desse banco. Considerando os últimos dois anos, quando ocorreu o aporte de recursos para as demais 11 arenas, suas obras respondem por apenas 1,2% dos desembolsos totais da instituição, que têm crescido bastante, chegando a R$ 156 bilhões em 2012. Portanto, se o objetivo é avaliar o modelo de prioridades de investimento do BNDES, parece ser mais eficiente analisar o que foi direcionado para outros setores da economia, que absorvem muito mais empréstimos subsidiados.
Outra forma de utilização de recursos públicos nas obras dos estádios é pela isenção de pagamentos de tributos. De acordo com o Tribunal de Contas da União, o governo deixará de arrecadar R$ 461 milhões com essa renúncia fiscal. Sem dúvida, um valor relevante, ainda que seja relativamente