Convite e filosofia
A proposta do texto é problematizar de que forma as práticas de deslocamento podem aparecer como constitutivas de significados culturais, ao invés de ser sua simples extensão e transferência do seu local de origem. Os efeitos culturais do expansionismo europeu, por exemplo, já não podem ser celebrados como uma simples extensão ou transferência da civilização, da cidade, da indústria, da ciência, ou do capital; a complexidade das formações culturais oriunda dos processos migratórios se relaciona com seus pares e seus espaços de forma criativa: inventam comunidades, cidades e a relação entre ambas. Para além da construção das nacionalidades e dos nacionalismos que as comunidades operam, Benedict Anderson nos oferece uma discussão consistente das questões culturais que motivam a criação de comunidades imaginadas.
De trajetória acadêmica realizada fora dos círculos tradicionais europeus que abordam os fenômenos sociais, Benedict Anderson nasceu em 1936, em Kunming, China, e cresceu na Califórnia. Estudou em Cambridge (onde leciona até hoje) e passou a se dedicar aos estudos da política e da historia da Indonésia e do Sudeste Asiático. É também professor emérito da universidade de Cornell.
Publicado pela primeira vez em 1983, o livro chegou ao Brasil em 1989, com uma tiragem bastante limitada, e foi reeditado, dez anos depois, pela Companhia das Letras. A nova edição, além de contar com o acréscimo de dois capítulos, tem na apresentação a