Conversão e Valores
A questão dos valores tem se tornado central na sociedade contemporânea, ressurgindo com força no campo das ciências sociais e da filosofia, onde se problematiza de novo a questão da ética normativa ou a questão entre valores e a própria atividade cientifica. Em uma última instâncias vai ser atribuição de valor pela comunidade ou pelos órgãos oficiais que leva á decisão de se conservar um bem cultural. As políticas de preservação trabalham sempre com a dialética lembrar-esquecer, usando de tal artificio para se criar uma memória, privilegiam-se certos aspectos em detrimento de outros, iluminam-se certo aspectos da história, enquanto outros permanecem na obscuridade, assim, no campo da conservação do patrimônio, os valores vão ser sempre centrais para se decidir que conservar.
Pensemos nos valores artísticos e estéticos de um edifício antigo, bem como nos valores históricos que podem estar associados a ele, que algumas vezes se contrapõem numa operação de restauro, isso para não mencionar outros “valores de contemporaneidade”. Um bom exemplo disso pode nos oferecer a analise do processo de restauração do Paço imperial, no Rio de Janeiro, edifício que ao longo dos seus mais de 250 anos de história foi se transformando para se adequar aos novos usos de cada etapa, relacionando-se a importantes acontecimentos da nossa história, do período colonial á República.
O pensamento pós-moderno e os estudos culturais do século XX vão recolocar com força o caráter historicamente circunscrito deste tipo de valor. Nesse campo, o foco afasta-se da história política e emergem novas perspectivas, que vão desde um interesse pela cultura material, até um especial interesse pela cultura e pelas mentalidades. Assim, vamos ter em ambos os campos deslocamentos tão fundamentais, que recolocam de forma também fundamental a avaliação do que seria estética ou historicamente significativo, o q se rebate naturalmente no campo do patrimônio, no qual se passa de uma