Conversar pra quê? O papel do diálogo na Educação de Jovens e Adultos
Angela Maria Pinto Gois*
RESUMO
O presente trabalho propõe uma discussão sobre a importância do diálogo entre os envolvidos na educação de jovens e adultos. O artigo está embasado em pesquisas e reflexões sobre as características do aluno da educação de jovens e adultos, o papel dos profissionais que trabalham na EJA assim como a necessidade de um material pedagógico diferenciado para esta modalidade de ensino. Conclui que uma educação de Jovens e Adultos de qualidade precisa de políticas públicas permanentes voltadas para aqueles que estão fora do ensino dito regular.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Diálogo na Educação; Profissionais da Educação
1 INTRODUÇÃO
Este artigo objetiva abordar a importância do diálogo entre os envolvidos no processo de Educação de Jovens e Adultos (EJA), no Ensino Fundamental, fase II e Ensino Médio. Por se tratar de um assunto complexo e ainda sem muita pesquisa dedicada ao mesmo, pretende-se abrir uma discussão que certamente possibilitará uma ampla reflexão por parte dos envolvidos nesta modalidade de ensino.
Sabe-se que o aluno que está na EJA, não terminou seus estudos na época “correta” por diversos motivos. Porém, estes indivíduos voltam para a escola e são, muitas vezes, tratados como se tivessem apenas ficado algum tempo fora da sala de aula e estivessem começando de novo do ponto de onde pararam. Geralmente, os profissionais da educação esquecem que durante o tempo de ausência na escola, estas pessoas cresceram e se desenvolveram e, principalmente, aprenderam. Sendo assim, deve-se questionar qual a importância da valorização do conhecimento empírico dos educandos para o desenvolvimento e a permanência dos mesmos na escola?
As trajetórias sociais e escolares truncadas não significam sua paralisação nos tensos processos de sua formação mental, ética, identitária, cultural, social e política. Quando voltam à escola,