Conversam
Boa-Vida: Pedro, na casa da graça tem um monte de coisa de ouro de fazer medo.
Pedro Bala: Então mais tarde nós vamos lá.
Boa-Vida: Combinado!
Mais tarde....
Boa-vida cospe entre os dentes.
Boa-Vida: E dizer que nesse mundo só mora dois velhos,hein?!
Pedro Bala: Toca batuta...
Maria José, a empregada, sai para o jardim.
Pedro Bala e Boa-Vida percebem quadros na parede, estatuetas sobre a mesa.
Pedro Bala ri.
Pedro Bala: Se o Professor visse isso ficava doidinho...Nunca vi tanto pegadio com livros e pintura.
Boa-Vida: Ele vai fazer uma pintura como eu, desse tamanho...
Boa-Vida mostra o tamanho com as mãos.
Pedro Bala assovia para a empregada.
Maria José colhe flores, mostrando os seios em seu decote.
Boa-Vida: Que montanha, Bala...
Pedro Bala: Cala a boca!
Maria José: O que vocês querem?
Pedro bala tira o boné.
Pedro Bala: Podia dar uma caneca de água à gente, por favor? O sol tá encalistrando...
Sorria limpando com o boné a testa.
Boa-Vida fuma uma ponta de cigarro com o pé em cima da grade do jardim.
Maria José: Tira a pata daí de cima!
Sorrir para Pedro Bala.
Maria José: Trago a água já.
Maria josé entra na casa e volta com dois copos de água.
Bebem a água.
Pedro Bala: Muito obrigada- e baixinho- lindeza.
Maria José: Frangote atrevido!
Saíram.
Pedro Bala: Aquela tá no papo...
Boa-Vida: Também com essa cabeleira de mulher, toda cheia de cachos...
Pedro Bala riu.
Pedro Bala: Deixa de inveja, mulato pachola.
Boa-Vida desvia a conversa.
Boa-Vida: E o ourame?
Pedro Bala: É trabalho pro Sem-Pernas...amanhã ele dá um jeito de embocar na casa e passar uns dias morando. Depois que souber onde fica o troço a gente vem, uns cinco ou seis, tira o ourame...
Olharam novamente para a casa e Pedro Bala assena com a mão para a empregada.
Boa-Vida: Oh peste de sorte, nunca vi...
(Fecha a cortina)
(Abre a cortina)
No dia seguinte...
Sem-Pernas apareceu em frente a casa e tocou a campanhia duas vezes.
Uma senhora