Controle de estoque de peças de reposição:
José Roberto do Regoa*, Marco Aurélio de Mesquitab a*jrrego@eseg.edu.br, USP, Brasil bmarco.mesquita@poli.usp.br, USP, Brasil
Resumo
Estoques de peças de reposição atendem necessidades de manutenção e reparo de produtos de consumo, veículos, máquinas e equipamentos industriais, acarretando frequentemente altos custos de capital e forte impacto no nível de serviço aos clientes. A grande multiplicidade de componentes, com ciclos de vida mais curtos e baixas demandas dificultam a gestão destes estoques. Este artigo apresenta revisão da literatura sobre modelos de controle de estoques de peças de reposição em local único, abordando tanto a previsão de demanda quanto o controle de estoques nos diferentes estágios do ciclo de vida das peças. A partir do levantamento bibliográfico, identificam-se algumas lacunas referentes à decisão de estocagem ou não de um item, elaboração de pedidos iniciais e finais, na integração de modelos de previsão de demanda com o controle de estoque e também de estudos de caso na aplicação prática dos modelos. Palavras-chave
Estoque. Peças de reposição. Demanda esporádica.
1. Introdução
Estoques de peças de reposição possuem características distintas de outros estoques nas empresas. Cohen e Lee (1990), Cohen, Zheng e
Agrawal (1997), Muckstadt (2004), Kumar (2005) e Rego (2006) apontam alguns fatores importantes para a gestão destes estoques:
• Clientes têm expectativas cada vez maiores quanto à qualidade dos produtos e serviços associados. A ocorrência de falhas já é um transtorno e a demora nos reparos por falta de peças agrava a percepção negativa do cliente;
• Há itens com demanda elevada (em geral itens de maior desgaste e manutenção preventiva), mas a grande maioria tem demanda esporádica; e
• O aumento da complexidade dos produtos e a redução dos ciclos de vida geram aumento da quantidade de códigos ativos e risco de
obsolescência.