Contra a tirania do pensamento arqueológico
- O pensamento tipológico é nosso guia no mundo, é a lente pelo qual categorizamos.
- Mas, se não podemos viver sem pensar tipológica podemos fugir de sua tirania? Primeiramente aceitar que os tipos já construídos ordenam o mundo, reduzindo-o a proporções controláveis, não significa que devemos também aceitar que só se encaixa com eles e que não podemos inventar novas categorias, novas maneiras de jogar, novos caminhos analíticos. Em segundo lugar as tipologias tem um caráter universal que não faz parte de sua definição, mas é determinado pela teoria que a constrói. Em terceiro lugar ao exigir que as categorizações sejam inerentes ao tempo e ao espaço ela “des – historiza” e generaliza. Em quarto lugar elas não são construções inocentes e neutras elas refletem ideologias e dispositivos de poder. O pensamento tipológico é também uma teoria política.
- O pensamento tipológico em arqueologia tem a mesma idade da disciplina, têm sido desde seu nascimento parte do horizonte e da política. No século XIX sofre a influência do pensamento burguês, até que a vigilância tipológica dá um descanso na época do particularismo e do relativismo, fim do século XIX até a metade do século XX. Na década de 60 eles retornam como parte de um ressurgimento historicista associado ao otimismo burguês da segunda guerra, e começa a pesar sobre as interpretações do passado, De forma que aparece uma tendência generalizada de usá – las de maneira descritiva, os arqueólogos estão mais preocupados em confirmar a existência de tipos do que a interpretações imaginativas, sensíveis aos contextos locais, que indaguem por dimensões distintas da vida social. A tirana do pensamento tipológico tem reduzido o aspecto interpretativo, os arqueólogos buscam de antemão o que sabem que vão encontrar.
- O propósito de livro é propor leituras que questionem a tirania do pensamento tipológico e mostrar que as tipologias são inevitáveis, mas que sua tirania pode ser superada se não usada com uma