CONTRA OS ACAD MICOS
Contra os Acadêmicos foi o primeiro livro escrito por Santo Agostinho. Trata-se de um diálogo onde o filósofo inicia sua busca pela sabedoria, o que aliás é o próprio assunto da obra. Agostinho tinha acabado de se converter ao cristianismo e refugiou-se durante 6 meses com seus discípulos em uma cidade perto de Milão, período onde seus primeiros diálogos foram escritos.
Agostinho acreditava que a pergunta era o método mais apropriado para buscar a verdade. Seus diálogos começam pela colocação da questão, a disputa (discussão) e termina na descoberta.
Na colocação da questão a ser discutida, Agostinho reflete sobre a fortuna, entendido por ele como o destino. O filósofo afirma sua crença na existência de uma ordem no mundo e, o que denominamos destino, nada mais é do que parte de um plano maior e além de nossa compreensão.
"Talvez o que vulgarmente se chama fortuna é regido por uma ordem secreta e o que chamamos acaso nos acontecimentos se deve ao nosso desconhecimento das suas razões e causas, e não há nenhum acontecimento particular feliz ou infeliz que não se harmonize e não seja coerente com o conjunto de tudo. (...) Se a divina providência se estende até nós, do que não se deve duvidar, acredita-me, o que está acontecendo contigo é o que é necessário acontecer."
A grande questão do seu primeiro diálogo é a possibilidade de encontrar a verdade. Os Acadêmicos, intelectuais de sua época, sustentavam que não. O sábio era aquele que procurava a verdade, mesmo que nunca a encontrasse. Em função disso, deveria abster-se de emitir qualquer opinião para evitar o erro e ser exposto ao ridículo.
Através de uma série de diálogos, entre seus discípulos inicialmente, e depois entre ele e um colega, Alípio, as questões são discutidas. Fiel à dialética platônica, a discussão só tem sentido quando opiniões contrárias são colocadas e confrontadas. Inicialmente entre Licêncio e Trigécio e finalmente entre Alípio (defendendo os