CONTO PAI-PROFESSOR
Meu pai era professor. Digo era porque seus dias de aula estão ausentes com a sua morte prematura devido aos ataques psicossomáticos depois das aulas. Ainda me lembro quando pequeno fazia as lições de casa e todos os dias ele me revistava como um guarda-noturno. Ele era um daqueles professores que fez seu magistério à régua grossa e suas aulas sempre se estendia até a nossa mesa de jantar.
Como pai, pouco me faz sentir nos dias de hoje. Como educador, sigo suas receitas. Isto porque ele foi um tipo de educador rigorosamente detalhista e disciplinar em sala e, cobrava muito dos seus alunos. Quando o dever de casa não era entregue na hora e dia certo, quem sofria não era os alunos, claro, tinha suas notas abaixo de cinco, mas sim, a mamãe, eu e meu cachorro que nada tinha a ver com a profissão escolhida pelo meu pai.
Menino! Pega meu remédio de Cimicífuga, que o doutor de homeopatologia passou semana passada para mim tomar. E lá vai minha mãe preparar aquele chá de camomila, porque o remédio não fez o efeito esperado.
Depois de uma boa dose do remédio das seis horas da tarde e um ótimo chá quente, sobrou para o meu lado. O cachorro, já tinha se encolhido debaixo da pia da cozinha.
– Cadê o dever da sua escola? Está aqui, mostrando tenebrosamente. Pois, toda vez eu esquecia uma vírgula e a reclamação com a voz de tenente ficava por cima. Ele nunca foi de me bater. Isto porque sua forma de ensinar era a voz. Só esta fazia qualquer animal faminto correr. Até minha mãe temia quando o jantar não estava na mesa quando na hora certa dele.
– Mas uma vez esqueceu o verbo correr. Criatura do céu! Correr é verbo infinitivo e tu colocou na forma do Pretérito mais-que-perfeito. Eu não sabia nada do que ele estava dizendo, mas eu sabia que se daqui a poucos segundos eu não colocar correr no Pretérito perfeito “eu corri”, minha orelha iria arder como fogueira de São João.
Uma vez, uma aluna entregou uma um trabalho na folha de caderno. Até aí