Contexto social e político no Brasil na década de 1980 (Greves de São Bernardo do Campo)
A classe operária ocupa um lugar na cena política, a partir de suas greves e ação direta, que rompe com os preceitos políticos impostos pela ditadura para controlá-la e que se manifestam certamente em um sindicalismo unido ao estado. E assim, sucederam-se muitos conflitos de caráter violento, manifestações de rua e confrontos com tropas policiais. Esse período realmente foi marcante para as conquistas trabalhistas. A forte influência sindical dos anos 80, resultou também na criação de um partido político que posteriormente se tornou um dos mais importantes partidos; o Partido dos Trabalhadores.
A ação repressiva, que desde o começo da paralisação já era intensa tornou-se ainda mais hostil e violenta. A PM movimenta toda a sua Tropa de Choque, cavalaria e soldados com cães para o ABC.
A Igreja, simbolizada pelo d. Cláudio Hummes (bispo diocesano do ABC no período) presenciava o movimento e cada vez mais se comprometia com a causa dos trabalhadores.
A greve geral continuou até o fim de 27 de março, quando foi decidido em assembléia no Estádio de Vila Euclides, com 70 mil trabalhadores a suspensão da greve por 45 dias, combinado entre os patrões e a diretoria cassada do Sindicato. Essa pausa previa suspender a greve e a reabertura das negociações.
Os trabalhadores e suas lideranças não viam a suspensão da greve como o fim do movimento. Todos compreendiam que teriam de manter ao redor da diretoria cassada do Sindicato a categoria disposta e organizada. Sabiam também que os patrões e o governo sugeriram a pausa, acreditando na desmobilização dos trabalhadores.
A diretoria do Sindicato, mesmo deposto, marcava encontros com os trabalhadores na frente das fábricas distribuindo jornais,