CONTESTADO
Gustavo Werneck
Publicação: 25/05/2013 06:00 Atualização: 25/05/2013 07:09
Soldados mineiros montam guarda na divisa com o estado capixaba. Conflito foi mais agudo entre 1942 e 1948
Quando setembro chegar, mineiros e capixabas terão motivos suficientes para fazer uma grande festa cívica e cultural, reverenciar a memória e celebrar um episódio de expressão nacional. Trata-se do fim da Guerra do Contestado, em 15 de setembro de 1963, quando, depois de décadas de litígio, Minas e Espírito Santo, pelas mãos, respectivamente, dos governadores Magalhães Pinto e Lacerda de Aguiar, assinaram um acordo de paz. A discórdia começou no início do século passado e seis décadas depois as relações entre os dois estados atingiram o auge do estremecimento, quase resultando em conflito armado.
O motivo era a disputa por uma área rica em plantações de café, o Contestado, de cerca de 10 mil quilômetros quadrados, pouco maior do que a Região Metropolitana de Belo Horizonte, e localizada na divisa dos dois estados. A briga pelos limites teve seu epicentro em Mantena, na Região do Vale do Rio Doce, a 450 quilômetros da capital, e em Barra de São Francisco, no Noroeste do Espírito Santo. As tropas de prontidão se estranharam, mas não chegaram ao combate. O episódio deixou marcas profundas em moradores e militares, que nunca se esqueceram dos anos de tensão e das confusões administrativas. “Essa história ainda precisa de estudos, está para ser escrita e pesquisada a fundo. As citações são sempre sobre a Guerra do Contestado, ocorrida entre 1912 e 1916, no Sul do Brasil, e nunca mencionam essa passagem”, diz o mestre em história Francis Andrade, que trabalha com projetos culturais na Prefeitura de Mantena.
Na próxima semana, os secretários de Cultura de Mantena e Barra de São Francisco se