contestado
O conhecimento da História do Contestado é fundamental para a compreensão da sociedade regional. Hoje, Contestado é nome de ruas, de praças, de prédios, título de jornal, livros, marcas de produto, empresas, CTG, disciplina curricular, ferrovia, associação de turismo regional, Museu Histórico e Antropológico, Instituto Histórico e Cultural, Teatro e também de Universidade.
A denominação Contestado tem herança remota e ganhou conotação com os litígios e contendas que envolveram, de início, até coroas européias, mais tarde Brasil e Argentina. As disputas entre Santa Catarina e Paraná passaram pelo Supremo Tribunal Federal e foram resolvidas através de um acordo assinado em 1916. Fortes marcas ficaram no Contestado. Além das questões políticas envolvendo os limites, tivemos uma série de outros fatores que se adicionaram ao contexto vivenciado pelos moradores da região e também foram condicionantes para a explosão do maior conflito social brasileiro, ocorrido nas terras contestadas e que ficou conhecido por Guerra do Contestado.
A chegada de poderosas forças econômicas, relacionadas à expansão capitalista do início do século, é fator decisivo na deflagração da crise que levou à luta armada. Tais forças econômicas foram consubstanciadas na construção da ferrovia, na exploração comercial da madeira e na colonização. Ocorreu uma progressiva marginalização do sertanejo que vivia na Região Contestada.
Juntando todos esses fatores, adicionou-se o elemento aglutinador, ou seja, o fator religioso, por muitos entendido como única causa da revolta. É interessante lembrar que as práticas dos monges encontraram receptividade junto aos sertanejos que viviam marginalizados.
Concordamos com Warren Dean, que se referiu aos caboclos de vida rústica dos sertões, como abandonados e oprimidos por um governo que se recusou a reconhecer seu direito à terra. A rebelião foi uma tentativa de fazer valer direitos que não eram respeitados.
As proporções que a