A Guerra do Contestado foi um conflito armado ocorrido durante o período de outubro de 1912 a agosto de 1916, numa região rica em erva mate e madeira onde o cenário é constituído de imensos pinheirais, montanhas e serras. Uma área de 48.000 Km2 esquecida pelo Império e pela República brasileira. O nome dado a guerra advém da disputa entre os estados brasileiros de Santa Catarina e Paraná pela área. Os agentes da guerra foram de um lado, a população cabocla e de outro os representantes do poder estadual e federal brasileiro. Podem-se incluir, também, os coronéis e os representantes das empresas do norte americano Percival Farcquhar, a Brazil Railway Company e a Lumber. A partir da Proclamação da República, em 1889, as terras devolutas pertencentes ao governo central, passaram à jurisdição estadual. Por conseguinte, os coronéis, pessoas de grande poder e influência, chefes políticos dos municípios, foram favorecidos pelas mesmas. Porém, nestas terras consideradas desabilitadas viviam famílias pobres, abandonadas, caboclos que tiravam o sustento dos pinheiros e da erva mate. Esses, diferentemente dos coronéis, não tinham documentação das terras que ocupavam e exploravam, por isso, passaram a ser expulsos pelos jagunços dos coronéis e a perambular sem destino. As divergências entre os estados ficaram diluídas no conjunto de outros fatores determinantes na eclosão da revolta. É principalmente a partir do ano de 1911 que as tensões se acirram com a construção da estrada de ferro São Paulo – Rio Grande uma vez que esta atravessou a região do Contestado. A concessão para a construção da ferrovia foi dado pelo governo brasileiro no final do século XIX ao empresário norte-americano Percival Farcquar, dono da Brazil Railway Company que, além de receber o dinheiro para a construção da estrada de ferro também teve direitos as terras que ficavam na área que estivesse dentro de uma faixa de 15km ao lado de cada margem da estrada justamente onde viviam os