Contabilidade
Somos, sem dúvida, o país do futebol, mas o que poucos sabem é que o Brasil foi o primeiro a criar uma modalidade para cegos. E foi na década de 20 que a prática do futebol entre portadores de deficiência visual começou a se estruturar, mesmo com grandes dificuldades, uma vez que as adaptações necessárias para a prática do esporte são recentes. Futebol de cinco e bola com guizos. Certamente há algumas diferenças curiosas em relação ao futebol tradicional. E entre elas está a bola que, para ser localizada, possui guizos para sinalizar com o som onde ela rola. Com esses e outros detalhes, se constitui o futebol de cinco, sendo quatro jogadores com deficiência na linha e o goleiro, o único capaz de enxergar. A quadra é de futsal adaptada.
Audição aguçada orienta
Assim, a única forma de orientação é através da audição. Para facilitar e evitar que haja choque entre os jogadores, eles são conduzidos por um orientador que fica atrás do gol adversário, informando os jogadores do ataque, enquanto o meio de campo é guiado pelo técnico. O time conta com atletas de diferentes idades e graus de deficiência. Todos usam vendas nos olhos para que não ocorram injustiças, já que os atletas têm diferentes níveis de deficiência visual.
Cobertura ainda tímida
Ainda sem muito apoio do governo e com uma tímida cobertura da mídia, os jogadores encaram o esporte como sendo uma modalidade profissional. Foi através de uma parceria entre a coordenação do curso de Educação Física do IPA e a Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs) que o estudante do curso de Fisioterapia, Ricardo Steinmetz Alves (Ricardinho), um dos destaques do time, e mais 14 atletas foram descobertos. Apesar de diferentes histórias, há algo em comum entre os jogadores: a superação. Um dos exemplos é o aluno Ricardinho. Ele concedeu uma entrevista exclusiva ao Universo IPA.
“ O futebol me fez superar até o preconceito” -