CONTABILIDADE
Este é um dilema inerente à carreira política
O ingresso na carreira política gera um dilema fundamental para os políticos: seguir em sua convicção pessoal ou tomar decisões impostas pelas circunstâncias. Em muitos casos, os eleitores costumam atribuir aos governantes e legisladores, a pecha de traidores ou oportunistas, figuras que, uma vez eleitas, esqueceram o que prometeram, e em alguns casos mais restritos, o que escreveram.
Na Grécia antiga, filósofos como Aristóteles realizaram as primeiras reflexões em torno da ética
Isso ocorre, do ponto de vista do político, porque suas decisões não são tomadas livremente. Muito pelo contrário, o político precisa levar em conta uma série de condicionamentos que tornam impraticáveis certas ações que correspondam a um juízo de valor pessoal. Para entendermos o que se trata, ao diferenciarmos a ética da convicção e a ética da responsabilidade, precisamos adotar alguns esclarecimentos preliminares.
A noção geral de ética
A discussão sobra ética remonta a Antigüidade grega. Naquele período, filósofos como Sócrates, Platão e
Aristóteles, buscavam produzir um conhecimento capaz de fornecer respostas absolutas para todos os tipos de questionamento humano.
Tal conhecimento abrangia desde noções de matemática até um modo rudimentar de medicina e astronomia. É nesse contexto que surge a reflexão em torno da ética. A ética, em sua noção preliminar, era vista como um guia para o comportamento humano em todas as circunstâncias.
Coube a Aristóteles a elaboração mais acabada dessa noção preliminar de ética. Em sua obra clássica intitulada Ética a Nicômaco, Aristóteles sistematizou padrões de comportamento ético no relacionamento entre os cidadãos.
A principal forma de exercitar o comportamento ético era através do diálogo. Nos diálogos os cidadãos exerciam a arte do contraditório, na qual as frases emitidas possuíam um padrão de verdade e mentira. Com o passar