Consumo
Mais medidas de incentivo ao consumo --como reduções tributárias para veículos e móveis-- em uma economia que já tinha uma taxa de desemprego baixa resultou em inflação alta, com a qual Dilma ainda tem que lidar às vésperas da eleição. Em junho, a alta acumulada em 12 meses do IPCA estourou o teto da meta do governo.
"Quando a desaceleração econômica veio, e aí é o erro de política dela (Dilma), entendeu-se que havia falta de demanda, mas era falta de oferta. A reação foi com políticas monetária e fiscal extraordinariamente frouxas", destacou o ex-diretor do BC Alexandre Schwartsman.
Foi em 2012, segundo ano do governo Dilma, que a taxa básica de juros atingiu o menor nível histórico de 7,25%, importante fator de estímulo do consumo via barateamento dos empréstimos. Esse patamar, no entanto, não se sustentou por muito tempo e, no início do ano seguinte, começou a ser elevado para o atual nível de 11% ao ano --acima dos 10,75% que Dilma recebeu.
Para os analistas, a correção do atual cenário passa invariavelmente pelo investimento em infraestrutura, destacadamente via concessões. Com isso, também conseguiria melhorar a confiança no país.
As concessões foram uma aposta do atual mandato da presidente, mas o governo acabou enfrentando mais dificuldades do que imaginava, sem conseguir por exemplo fazer até agora leilão das ferrovias. Ainda existem muitas dúvidas por parte dos investidores sobre esses processos.
Apesar disso, desde o ano passado o governo conseguiu leiloar seis lotes de rodovias e também foram concedidos à iniciativa privada seis aeroportos.
"O Brasil entrou em uma fase em que para voltar a crescer precisa ter aumento de produtividade. Isso demanda tempo e investimentos. Então Dilma acertou no final do governo abrindo concessões", afirmou o ex-diretor do BC Carlos Thadeu de Freitas, hoje chefe da divisão econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC).