Construção Artística
Fundamentos da literatura como construção artística
Questões:
1. 5) É evidente a oscilação entre o pessimismo e a esperança na evolução do homem, no poema “Último Credo”, do Augusto dos Anjos, o que, aliás, se configura como traço recorrente no conjunto de sua obra. Entretanto, sendo a apreciação da obra de arte carregada de subjetividade, pode-se ousar afirmar, a partir de uma interpretação muito particular, que não há contradição nesta posição do autor. É possível sugerir que há, sim, uma crença inabalável na evolução do homem, como um processo natural e inevitável de superação permanente e progressiva. É um “credo”, uma declaração do que ele crê sobre tal condição do homem universal. Além de tudo, é belíssima a relação possível entre o último credo e a morte como fim último da existência, e, paradoxalmente, uma crença consolidada na capacidade do homem de evoluir e, quem sabe encontrar uma forma de “derrotar” a morte. (Como o faz Ingmar Bergman, em o Sétimo Selo; e também o dramaturgo paraibano Saulo Queiroz, em Convite para a Morte).
2. 6) Embora o poema “Psicologia de um vencido” já carregue no título a palavra psicologia, o autor foge da introspecção, detendo-se a uma análise depreciativa da matéria – do eu e do verme – em que o primeiro é a vítima existencial do outro. Exprime, nos tercetos deste poema, sua condição de vencido, com nítida constatação do seu peculiar pessimismo tratado com rudeza; enquanto que, nos tercetos de “Último credo”, revela sua esperança na evolução do homem como ser capaz de superar a triste e cruel destinação final da existência: a morte.
REFERENCIAS:
http://www.jornaldepoesia.jor.br/augusto.html; acessado em