Construtivismo
Na área da pedagogia, a inspiração para o construtivismo vem principalmente de Jean Piaget.
A ideia mais importante da teoria desse psicólogo suíço é que a aprendizagem não é um processo passivo. Não nascemos sabendo as coisas e não aprendemos nos impregnando do mundo. Construímos ativamente nossos conhecimentos em nossas interações com pessoas e objetos, de acordo com nossas possibilidades e interesses. Apesar de todas as suas ramificações, essa é a ideia central do construtivismo.
As teorias de Piaget vieram reforçar uma corrente antiga de pensamento pedagógico, que teve em Montaigne (1533-1592) um dos seus primeiros inspiradores. Por volta de 1580, ele já escrevia: "Não cessam de nos gritar aos ouvidos, como se por meio de um funil, o que nos querem ensinar, e o nosso trabalho consiste em repetir." (Montaigne. Ensaios. Rio de Janeiro : Ediouro. p. 144.)
No meio educacional, ser construtivista passou a significar ser contra o ensino baseado apenas em aulas expositivas, repetição e "decoreba". Já que a aprendizagem não é um processo passivo, é preciso buscar meios de despertar o interesse dos alunos e dar a eles um papel mais ativo.
Em uma verdadeira escola de inspiração construtivista, há muitos brinquedos, jogos matemáticos, projetos de pesquisa, ensino baseado no método das situações-problema e em temas escolhidos pelos alunos, valorização do raciocínio e não apenas da correção das respostas, respeito às ideias e aos possíveis erros cometidos pelas crianças, valorização do diálogo e da cooperação entre os alunos.
Na maioria dos casos, a definição dos métodos escolares como construtivistas pode não corresponder a nenhuma ou a poucas alterações efetivas nas práticas e métodos de ensino. Isso porque essa é mais uma palavra que acabou sendo muito usada pelos educadores e virou uma espécie de moda. Escolas que não mudaram nada e até mesmo livros didáticos e softwares educacionais completamente tradicionais passaram a denominar-se