Construtivismo não é um método, mas uma filosofia de ensino
Júlia Eugênia Gonçalves
A intenção deste texto é a de deixar bem claro que o Construtivismo não é um método, mas uma Filosofia. É uma visão de mundo oposta ao Inatismo e ao Ambientalismo, que partiam do pressuposto de que o ser humano já nascia pronto ou então era forjado pelo meio. Nesta nova Filosofia, parte-se do princípio que o ser humano é fruto de uma construção na qual interagem organismo e ambiente. No primeiro, estão presentes as condições físicas e genéticas; no segundo, a fonte dos estímulos que propiciarão o desenvolvimento. Ser Construtivista é acreditar que todas as pessoas nascem com o mesmo potencial de aprendizagem e que seu desenvolvimento posterior vai depender de sua história de vida, de seu meio cultural e social, do tipo de estímulo que recebe. É crer que não existem pessoas mais inteligentes do que outras e que a inteligência é uma conquista filogenética (da espécie) e ontogenética (de cada indivíduo), fruto de trabalho cognitivo mediado pela linguagem e conquistado no meio social. Isto nos remete a uma questão que causa muita confusão com pais e professores: não existe Método Construtivista, como algumas instituições propõem. A escola se beneficia das pesquisas e conceitos desta corrente de pensamento e pode orientar sua ação a partir destes princípios, utilizando qualquer tipo de método, desde que respeite o processo de construção de conhecimentos que é inerente a cada ser humano. Os principais teóricos do Construtivismo não falaram jamais em métodos de ensino, mas realizaram pesquisas sobre a inteligência e o desenvolvimento humano que contribuíram para mudanças metodológicas na educação. São eles, Piaget, Vygotsky e Wallon. Numa perspectiva Co-Construtivista, estes autores não são vistos como antagônicos, mas como complementares e a escola utiliza