Construindo o planeta terra
Bentinho - ou Dom Casmurro, como narrador passa a ser chamado depois de velho - mora sozinho no Engenho Novo, no subúrbio do Rio de Janeiro. Decide resgatar sua vida reconstituindo sua antiga casa e relatando suas memórias. Ele relata os aconteci-mentos de acordo com as suas lembranças e, porque não dizer, de acordo com o que ele quer contar. Ou seja, conhece apenas um lado da história, no caso a versão apresentada por Bentinho.
A partir da perspectiva do narrador, fica-se sabendo que os vizinhos Bentinho e Capito-lina, conhecida como Capitu, são amigos desde a infância. A convivência fez com que os dois jovens criassem afinidades e afeto um pelo outro. A aproximação entre eles, porém, é caso de preocupação para D. Gloria - a mãe de Bentinho - que quer que o filho se torne padre. É uma promessa que ale havia feito antes mesmo do menino nascer.
Como última alternativa, Bentinho revela não ter vocação para ser padre à mãe. O ar-gumento não a convence. D. Glória põe o filho no seminário, mas ressalva que se em dois anos o encaminhamento religioso não desse futuro, Bentinho estaria livre para se-guir sua vida. Antes de cumprir a promessa da mãe, os dois jovens fazem juras de amor.
Já no seminário, Bentinho conhece Escobar, que se torna amigo e confidente. Ao mesmo tempo, ele procura meios de livrar-se da vida religiosa e voltar para Capitu. Com o auxílio de José Dias e Escobar, D. Glória é convencida de que Bentinho pode deixar o seminário. O jovem dedica os cinco anos seguintes ao estudo de Direito. Em 1865, rea-liza o antigo sonho e casa-se com Capitu, em seguida, nasce Ezequiel.
A alegria do casamento não dura muito tempo. Bentinho logo é tomado por um ciúme doentio. Coma morte de Escobar, enxerga cada vez com mais clareza um possível adul-tério. A suspeita da traição é reforçada à medida que Ezequiel cresce e as semelhanças entre o menino e Escobar parecem aumentar. Chega-se ao limite de Bentinho querer tirar a própria vida.
Em crise, o casamento