Constelações
Durante a época estival do hemisfério norte, o céu das primeiras horas da noite é marcado por três estrelas muito brilhantes: Vega (Alfa da Lira), Altair (Alfa da Águia) e Deneb (Alfa do Cisne). Unindo-as com traços imaginários, vemos surgir um enorme triângulo, conhecido como «Triângulo de Verão». A partir de cada um dos seus vértices é fácil encontrar três constelações muito fáceis de observar mesmo em locais com alguma iluminação artificial.
Neste trabalho vamos dedicar alguma atenção aos mitos que estão associados a essas constelações. É certo que os principais mitos que conhecemos têm origem na cultura da antiga Grécia, mas na verdade há não só indícios de que tais mitos possam ser bem mais antigos, como também se encontram alguns de origem muito diferente.
Ao falarem do Triângulo de Verão, muitos autores têm a preocupação de dizer que não se trata de uma constelação, mas apenas de uma figura arbitrária. Isso é verdade, mas se pensarmos um pouco, verificamos que também as constelações não são mais do que figuras arbitrárias legitimadas pelo uso e por um acordo com cerca de um século entre os astrónomos.
Independentemente da legitimidade da sua existência, a verdade é que o Triângulo de Verão é um dos espectáculos mais interessantes do céu estival. Quando o vemos na direcção do nascente, a estrela mais alta é Vega, a mais brilhante das três. O vértice mais setentrional é formado por Deneb. Por seu lado Altair forma o vértice mais meridional e também o mais próximo do horizonte. Numa apreciação atenta, verificamos que todas têm coloração branca. Por esse motivo fazem parte da classe A, uma das mais quentes, apenas superada pelas classes O e B. Mesmo a olho nu nota-se que há diferenças nos seus brilhos aparentes, mas que estão longe de ser exageradas. Comparando esses brilhos, verificamos que a menos brilhante do Triângulo de Verão é Deneb (magnitude aparente 1,33), seguida de Altair (mag. ap. 0,93) e a que exibe maior brilho é