Considerações sobre a origem do espiritismo e sua recepção no brasil.
Tomando como referência a necessidade de encontrar respostas para as inquietudes íntimas do homem, buscando entender e sanar suas dúvidas sobre o real e o imaginário, Allan Kardec buscou estudar e relacionar antigos pensamentos filosóficos que nos remete a Platão e Sócrates. Desde os primórdios da humanidade, o homem busca entender essa forte ligação existente entre o sagrado, o místico e o mundo sensível aos sentidos humanos.
Sócrates e Platão seriam para Allan Kardec os “anunciadores” dos princípios cristãos e espíritas, por expressarem através de seus pensamentos e questionamentos, um novo protótipo de conhecimento. Esse conhecimento buscava analisar a necessidade humana em se relacionar com algo que o mundo material não poderia oferecer: o sagrado. Dessa maneira, o sagrado se apresentava a esses homens como fonte de sabedoria suprema e necessária, utilizando interlocutores como os oráculos, feiticeiras, pitonisas, sacerdotes e sacerdotisas.
Esses filósofos sustentavam a ideia de que o homem estaria em constante contato com suas divindades, ainda que essas não fossem aceitas pelo Estado, estabelecendo assim um elo entre o mundo físico e o mundo divino. Deste modo:
O mundo de relações da antigüidade – o humano e o divino ou espiritual – é, em tese, analogicamente condizente com o pensamento de Heráclito. O mundo está em constante movimento em suas oposições. No entanto, entre as oposições haverá sempre o ponto de contato. Entre o frio e o quente, o seco e o molhado, o dia e a noite, haverá sempre um momento de passagem e não de ruptura indicando que na natureza não há cisão abrupta entre um fenômeno e outro. O homem está em contato com a divindade e o mundo espiritual e, se há uma passagem, ela não é uma cisão que indique a mudança de zonas estanques e circunscritas, incomunicáveis.
Kardec buscou estabelecer paralelos entre as conclusões de Sócrates e Platão no tocante a