Consequencias da má distribuição
Ao se pensar em má distribuição de terras e nas desigualdades sociais provocadas por ela é importante pensarmos nas relações puramente capitalistas que vigoram nos dias de hoje em todo o mundo e não sendo diferente no Brasil, um país cuja história nos remete a um processo crescente de exploração exacerbada (das riquezas naturais e dos homens). Tais relações capitalistas que visam o lucro acima de tudo favorecem e sempre favoreceram a classe dominante possuidora do capital, dos meios de produção e sobretudo da terra. Por outro lado como aumenta a riqueza também aumenta a pobreza, ou seja, estabelece um abismo entre o burguês e o operário.
O sistema capitalista promove a consolidação de uma classe que, ao contrário de antes, se encontra no centro das relações econômicas como mentora das mesmas e que através do capital detem o poder – a burguesia. E como não poderia deixar de ser, com o capital concentrado nas mãos de poucos, também domina a classe trabalhadora possuidora da mão-de-obra e não da terra e dos instrumentos para seu trabalho e sua moradia.
É neste cenário que vamos observar as respostas da sociedade a essa não distribuição justa de terras no nosso país: cidades cada vez mais lotadas, desemprego, marginalização, êxodo rural e outros...
Um pequeno número de proprietários detém a posse de milhões de hectares de terras, enquanto milhões de pequenos e médios agricultores dividem o equivalente a menos de 10% dessas terras. Outro grave problema referente à distribuição das terras agricultáveis no Brasil é que muitas das grandes propriedades são improdutivas, ou seja, não são utilizadas para a produção.
Desde a colonização do Brasil, a distribuição e o acesso às terras ocorreram de maneira desigual. Grande parte dos latifúndios do país se originou das sesmarias, lotes de terras doados pelo rei de Portugal a pessoas ligadas à Corte, para serem explorados economicamente.
O sistema de doação de sesmarias durou até 1820.