Conselho comunitário de manguinhos: uma experiência de gestão participativa do território
Jorge Luis da Costa Silva1
Contra a intolerância dos ricos, a intransigência dos pobres. Não se deixar esmagar, não se deixar cooptar. Lutar Sempre! Florestan Fernandes
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa é produto de uma sistematização elaborada a partir da experiência do Conselho Comunitário de Manguinhos (CCM), que, segundo seu Regimento Interno (2011), é um “organismo autônomo, propositivo e promotor de ações e diálogos entre moradores, instituições privadas, governamentais e sóciocomunitárias”. Tendo em vista facilitar o processo de apropriação desta experiência, o presente artigo se propõe a investigar o CCM a partir de uma pesquisa analítica, e, para tanto, irá se instrumentalizar de uma determinada abordagem teórica, isto é, de um método interpretativo, o materialismo histórico dialético, que, segundo Bueno (2007:14):
"é histórico, pois não considera nenhuma relação social, nenhuma forma econômica, nenhum modo de produção, como conjuntos de fatos naturais e positivos; é materialista, pois recusa as formas religiosas, transcendentes, idealistas e abstratas de pensar as formas sociais, os modos de produção, as relações de trabalho e os aparatos políticos, jurídicos e culturais; e é dialético, pois elabora os conceitos sempre de forma a fazer aparecerem as contradições e as mediações, relacionando o universal e o individual, a parte e o todo, o abstrato e o concreto, o superficial e o profundo."
Considerando, então, que esta pesquisa olhará para a realidade de Manguinhos sob a ótica do materialismo histórico dialético, é importante, também, ressaltar que ela recorrerá a fontes bibliográficas, tendo em vista dar o suporte teórico necessário para a construção do texto. Municiado destas ferramentas, este estudo pretende analisar os limites e as possibilidades de ação que este colegiado comunitário encontra em sua prática cotidiana, e quais são suas propostas diante