Consciência negra
A população negra hoje está mais consciente de sua força e de seu valor, mas o racismo, cínico e quase sempre silencioso, ainda corrói as relações inter-raciais no Brasil, como uma espécie de inimigo invisível, porque não é institucionalizado, como foi na África do Sul, nem declarado como nos Estados Unidos.
Se por um lado não aparece o conflito direto, que causaria maiores danos à sociedade de modo geral, por outro, a reparação de mais de 300 anos de exploração sobre o corpo, a alma, a força de trabalho e o destino do negro (escravidão) é mais lenta. E os danos que existem em função desse racismo que perdura há cinco séculos só recaem, todos, na conta do negro.
Para combater as injustiças e desigualdades raciais foi necessário criar o que se chama de consciência negra, fazendo surgir movimentos que demonstravam a importância da luta ideológica, da construção de heróis negros e instituição de datas comemorativas. Foi a partir daí que se criou no Brasil o Dia Nacional da Consciência Negra. Que coincide com o dia da morte do mais representativo herói negro brasileiro, Zumbi dos Palmares, morto em 1695, após anos de resistência contra a escravidão.
Algumas entidades como o Movimento Negro (o maior do gênero no país) organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras. Procura-se evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da inferiorização perante a sociedade.
Outros temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidência neste dia são: inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra, etc.
O dia é celebrado desde a década de 1960, embora só tenha ampliado seus eventos nos