Conparacao Da Vila Com Agonia De Tantalo

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O mito de Tântalo dá como lição que você só pode continuar feliz se mantiver-se alienado, ignorando a origem das coisas, sem tentar tomá-las em suas próprias mãos. Esse é o link com o "Comunidade". Se a comunidade passa a refletir, sugerir, questionar a si mesma, reiterar suas qualidades exaltando-as com lirismo exacerbado, perde imediatamente sua inocência. Perdida a inocência, nunca mais a comunidade vai desfrutar das "dádivas" que só eram permitidas sentir em seu estado. Na era contemporânea, que busca a segurança em comunidade, está condenada à agonia de Tântalo, deixa escapar seu objetivo quando este lhe parece próximo às mãos.

A guerra contra a comunidade começou com a Revolução Industrial, quando indivíduos foram tirados de seus antigos hábitos e costumes para serem espremidos numa nova e rígida rotina no chão da fábrica. Os homens, com sua individualidade, foram transformados em massa trabalhadora. Como passaram a produzir pela produção, não sentiam valor no trabalho que faziam e, para que nunca renunciassem ao trabalho, havia sempre pronta uma fiscalização pronta para agitar seu chicote se assim fosse preciso. Aos poucos, esse sistema foi sendo substituído. Como o poder moderno consiste na capacidade de gerenciar pessoas, as forças que prendiam os trabalhadores nas empresas ficaram mais frágeis, pois, dada a incerteza acerca do próximo passo dos governantes, os governantes teriam pouca ou nenhuma chance de seguir novos planos, muito menos de se juntarem. O capitalismo promove a competição, tirando assim o caráter de união dos trabalhadores: quem trabalha mais, trabalha melhor, então ganha melhor. Neste caso, a sensação de "não há alternativa" foi substituída pela corrida rumo ao melhor, o que fez a obediência andar por conta própria.

A globalização tira ainda mais o sentido físico de comunidade das pessoas. Na luta pela sobrevivência, em que tudo e todos são instáveis, a

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