Também conhecida como Revolta dos Alfaiates, a Conjuração Baiana foi uma revolta social de caráter popular ocorrida na Bahia em 1798. Teve uma importante influência dos ideais da Revolução Francesa. Além de ser emancipacionista, defendeu importantes mudanças sociais e políticas na sociedade. Por mais que estourassem revoltas contra a colônia portuguesa no Brasil, muitas dessas organizações populares eram movidas por interesses particulares dos grandes donos de terra e da elite oposicionista. Quando Salvador deixou de ser a capital brasileira, acabou perdendo boa parte dos investimentos da Coroa e passou a ter papel secundário diante da nova capital, o Rio de Janeiro. A população baiana acabou sofrendo com a crise econômica do estado. A violência aumentava cada vez mais com o constante roubo de propriedades privadas e mercadorias. A partir de então, as ideias radicais foram surgindo. Quem se destacou na propagação da revolta foi o médico Cipriano Barata. Ele organizou a população mais humilde, como escravos e pequenos camponeses, para difundir mensagens e panfletos incitando mais revoltosos para aderir à revolução. Uniram-se ao levante de Barata mulatos, escravos, negros livres, comerciantes, artesãos, religiosos, soldados, setores populares e, especialmente, muitos alfaiates. No movimento, destacaram-se os alfaiates João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino dos Santos Lira, sob chefia militar do tenente Aguilar Pantoja, que contava com o apoio dos soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas Amorim Torres. Percebendo o perigo de uma organização popular em grande escala, o rei de Portugal D. Fernando infiltrou homens de seu exército com os revoltosos e acabou surpreendendo-os. O rei conseguiu prender a maioria dos envolvidos e não hesitou em torturá-los. Revoltosos mais pobres, como Faustino e Nascimento, foram condenados imediatamente à morte por enforcamento, enquanto que os intelectuais e mais abastados