Conjunto habitacional zezinho magalhães
Projetado em 1967, o conjunto habitacional Zezinho Magalhães Prado, no Parque CECAP, é a primeira das mais importantes obras residenciais do arquiteto paulistano João Batista Vilanova Artigas (1915-1985).Na avaliação do curador da mostra, Julio Katinsky, o pensamento “o melhor para todos”, que permeia todo o trabalho de Artigas, inovou o conceito de moradia popular “e consiste em adaptar a proposta do movimento moderno para situações rigorosas do ponto de vista de recursos”. Segundo ele, o movimento moderno defendia justamente a construção de moradias sob a garantia de serviços voltados ao comércio, à escola e ao lazer nas proximidades. “O conjunto Zezinho Magalhães Prado absorveu toda essa preocupação que, aliás, naquela época não era utilizado, basta observarmos o centro de São Paulo. Na Avenida São Luiz, por exemplo, há apartamentos de alto padrão soltos no espaço porque não há nenhum tipo de serviço”, compara Katinsky. “Hoje, grandes lançamentos de conjuntos residenciais trabalham com o mesmo princípio de arborização e centros comerciais acoplados”, analisa o curador.
PROJETO - Através de seus croquis, Artigas deixa evidente a sua filosofia e técnica. O projeto original do conjunto prevê uma área de 48 metros quadrados, em média, para cada um dos mais de 10 mil apartamentos que compunham o projeto original, dos quais foram construídos 4.680 apartamentos, em 78 blocos. A obra foi projetada para atender famílias com até três filhos, e renda de 3 a 5 salários mínimos. “Foi feito com poucos recursos, portanto cada bloco possui quatro andares (térreo e mais três), justamente para se ter uma manutenção mais barata, já que não dispõe de elevadores”.
De acordo com o curador, a arborização e os grandes vãos livres, transformados em garagens, são outras características marcantes da obra de Artigas, que também inovou na seleção de cores. “É um conjunto habitacional de muita qualidade. Passaram-se mais de 30 anos e