conhecimentos filosoficos
Mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa. A palavra mito vem do grego, e deriva de dois verbos: do verbo mytheyo (contar, narrar, anunciar, nomear, designar). Para os gregos, o mito é um discurso pronunciado ou proferido para ouvintes que recebem a narrativa feita em público, baseada, portanto, na autoridade e confiabilidade da pessoa do narrador. E essa autoridade vem do fato de que o narrador ou recebeu ou testemunhou diretamente o que está narrando ou recebeu a narrativa de quem testemunhou os acontecimentos narrados. Quem narra o mito (entre os gregos) é o poeta-rapsodo. Acredita-se que o poeta-rapsodo é um escolhido dos deuses, que lhe mostram os acontecimentos passados e permitem que ele veja a origem de todos os seres e de todas as coisas para que possa transmiti-las aos ouvintes. Sua palavra - o mito - é sagrada porque vem de uma revelação divina. O mito é, pois, incontestável e inquestionável.
COMO FUNCIONA O MITO
O antropólogo Claud Lévi-Strauss estudou o "pensamento selvagem" para mostrar que os chamados selvagens não são atrasados nem primitivos, apenas operam com o pensamento mítico. "O mito e o rito", escreve Lévi-Strauss, "não são simples lendas fabulosas, mas uma organização da realidade a partir da experiência sensível enquanto tal". Para explicar a composição de um mito, Lévi-Strauss se refere a uma atividade que existe em nossa sociedade e que, francês, se chama bricolage. Quem pratica bricolage produz um objeto novo a partir de pedaços e fragmentos de outros objetos. Vai reunindo, sem um plano muito rígido, tudo o que encontra e que serve para o objeto que está compondo. O pensamento mítico faz exatamente a mesma coisa, isto é, vai reunindo as experiências, as narrativas, os relatos, até compor um mito geral. Com esses materiais heterogêneos produz a explicação sobre a origem e a forma das coisas, suas funções e suas finalidades, os poderes divinos sobre a natureza e sobre os humanos. O mito possui,