Confronto Síria e Ucrania
O que começou em março de 2011 como um movimento democrático de protesto na esteira da Primavera Árabe transformou-se numa guerra sangrenta. Crise na Ucrânia beneficia regime de Assad.
Enquanto a comunidade internacional observa atentamente os desenvolvimentos na Ucrânia, outro conflito perde cada vez mais o interesse da opinião pública. Nos últimos três anos, uma guerra brutal vem assolando a Síria. Estima-se que 140 mil pessoas já tenham morrido nos confrontos. Mesmo assim, ainda não se vislumbra um fim para a guerra civil, que já provocou a fuga de 2,4 milhões de pessoas.
O levante popular contra o regime de Bashar al-Assad já se transformou há muito tempo numa guerra confusa e com muitas frentes. Diferentes grupos lutam entre si pela hegemonia regional.
Inimigos desde o início
Segundo André Bank, especialista em Síria do Instituto de Estudos Globais e Regionais (Giga), de Hamburgo, atualmente é possível dividir as partes conflitantes em quatro grupos maiores.
O primeiro grupo é formado pelos apoiadores de Bashar al-Assad. Além das unidades do Exército sírio fiéis ao regime, esse grupo também inclui as milícias. "São as chamadas Shabiha – antigas redes criminosas que ganharam bastante influência nos últimos anos", afirma Bank.
No segundo grupo está o Exército Sírio Livre – uma coalizão de diferentes associações de milícias, fundado em julho de 2011. Essas foram as primeiras unidades armadas que lutaram com o regime de Assad, disse Bank, afirmando ainda que muitos dos combatentes seriam desertores do Exército regular sírio.
Novas frentes
Combatentes da frente Al Nusra na Síria
As milícias islamistas formam o terceiro grupo. Por sua vez, elas se diferenciam entre si, mas são também bastante fortes. Entre elas, estão o Isis (Estado Islâmico do Iraque e da Síria, em inglês) e também a frente Al Nusra. Como milícias jihadistas, ambas estão próximas da rede Al Qaeda. "Às vezes, estes dois grupos lutam