Confrontando Mahan e Corbett
A guerra no mar na Primeira Guerra Mundial pode ser considerada uma guerra “mahaniana” ou “corbettiana”? Justifique sua resposta com fatos históricos.
Durante a fase de preparação para o conflito, a concepção mahaniana orientou o desenvolvimento das principais Forças Navais do mundo. Na Alemanha, Guilherme II não era apenas um fervoroso defensor das ideias de Mahan, como também mandou distribuir, obrigatoriamente, a cada um dos navios de sua Esquadra, exemplares da obra do estrategista e historiador norte-americano. A Inglaterra, assim como a própria Alemanha, orientou a composição de sua Esquadra com ênfase nos chamados “Navios de Linha”, especialmente os Encouraçados do tipo “Dreadnought”. A instalação de bases para garantir a operação de suas Forças Navais, notória característica da corrente “mahaniana”, foi buscada intensamente pelas duas principais potências navais, com a Inglaterra lançando mão dos recursos de seu vasto império ultramarino e a Alemanha utilizando suas recém-adquiridas colônias. Da mesma forma, nenhuma espécie de coordenação entre as Forças Terrestre e Naval foi planejada, também sinal do quão imbuídos do espírito dos conceitos “mahanianos” estavam as autoridades navais inglesas e alemãs. Os principais conflitos navais prévios a Primeira Grande Guerra contribuíram para a difusão das ideias de Mahan, em especial a Batalha de Tsushima na Guerra Russo-japonesa (1904-05), clássico exemplo de “Batalha Decisiva” nos moldes “mahanianos” (KEEGAN, John 2003).
Porém, no momento que se inicia a Primeira Guerra Mundial, embora todas as Marinhas tenham utilizado estratégias “mahanianas”, pode-se afirmar que as ações táticas no mar acabaram por ocorrer baseadas nos princípios postulados por Corbett (VEGO, Milan, 2009). No entanto, cabe ressaltar que em determinados momentos ocorreram exceções, como a condução de ações puramente “mahanianas” em alguns eventos, ou o desacerto dos princípios de Corbett em outros, conforme justificado