Conforto ll
A Rua da Praia é uma das mais antigas da cidade, hoje destinada exclusivamente a pedestres, com intensa atividade comercial e bancaria. Os edifícios são altos e chegam até 30 pavimentos, sendo a altura dominante entre 10 e 20 pavimentos. Todas as ruas com eixo leste- oeste na região subtropical, somente a parte norte da rua, seus passeios e fachadas recebem sol, criando um recinto urbano ambientalmente assimétrico, com zonas diferenciadas. Estes fatores poderiam ser favoráveis se, no projeto dos edifícios, os negativos fossem considerados, o que normalmente não acontece. Simulada a insolação e medidas a temperatura e umidade relativa do ar, resultado da combinação do plano diretor atual e dos anteriores, verificamos que o pequeno fator de céu visível explica o sombreamento de 95% das superfícies horizontais e 45% das verticais orientadas para o norte no inverno, resultando em uma menor temperatura e maior umidade do ar na redução da iluminância natural em 95%, pela pavimentação de asfalto e o quartzo escuro que domina o revestimento das fachadas dos edifícios. As fachadas fizeram com que entre a iluminância medida existissem diferenças da ordem de 20% a 30%, significativas para o projeto e dimensionamento da iluminação natural dos ambientes que se abrem para a rua. No inverno a iluminância registrada ao nível dos pedrestres foi de 3.337 lux, muito baixa para que o recinto urbano ilumine corretamente os ambientes que dele dependem, obrigando o uso de iluminação artificial permanente, no caso desta rua. No verão, o sombreamento tão desejado inexistente sobre as fachadas norte, a partir das 10hs quando a altura dos edifícios é de 8 pavimentos, expondo a edificação a radiação solar direta. Esta situação aumenta a temperatura interior dos edifícios, quando as aberturas não levam fatores de sombra, e ocorre o armazenamento de calor nas partes opacas das fachadas.