Conflitos no mundo contemporâneo
Apesar de certa ilusão dos defensores do processo de globalização de que a queda de barreiras econômicas entre os países e a democratização da informação poderiam não apenas aproximar povos e culturas, como também diminuir as tensões históricas causadas por questões culturais e territoriais, criando uma sensação de cidadania mundializada, a prática nos mostra o contrário.
Nunca os aspectos locais e territoriais dos povos tiveram tanta evidência e, de fato, o papel positivo da globalização foi o de indiretamente nos mostrar que não é possível ser cidadão do mundo sem que se tenha cidadania local. Muitos dos problemas ligados aos conflitos originados por questões étnicas e religiosas em todo o mundo têm, historicamente, seu foco principal na disputa pelo espaço territorial e político.
Conflitos no mundo contemporâneo
Em 1945 (final da Segunda Guerra Mundial), as potências coloniais europeias possuíam imensos impérios na África e na Ásia, cuja origem remontava, em alguns casos, ao século
XVI. Em menos de vinte anos, a maioria das colônias conseguiram sua independência e os impérios coloniais desapareceram. Esse movimento emancipador recebeu o nome de descolonização.
Os novos Estados (países) nascidos desse processo se construíram sobre as fronteiras das antigas colônias, seguindo os critérios e interesses dos colonizadores. Essas fronteiras eram artificiais e não correspondiam aos Limites entre as diferentes etnias e Línguas. Enquanto muitos Estados juntaram etnias rivais, com línguas e tradições díspares, outros povos foram divididos, formando parte de Estados diferentes. A contestação dos limites fronteiriços foi a origem de numerosos conflitos entre Estados (Índia e Paquistão, Eritréia e Etiópia, Chade e Líbia, Iraque e Irã etc.).
Essas rivalidades provocaram também um aumento dos gastos militares e do poder dos exércitos, em detrimento de gastos sociais e da democratização dos Estados, gerando sistemas