conflitos EUA e Muçulmanos
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Na mesma noite, o embaixador americano na Líbia, Christopher Stevens, morreu em um ataque ao consulado dos Estados Unidos em Benghazi, segunda maior cidade líbia. Outros três funcionários do corpo diplomático também morreram no prédio da embaixada, que foi incendiado. Essa foi a primeira morte de um diplomata americano em três décadas.
Nos dias seguintes, outras embaixadas americanas foram alvo de manifestações em países árabes e de maioria muçulmana, no norte da África e na Ásia central e meridional. Entre eles, Egito, Tunísia, Sudão, Iêmen, Irã, Iraque, Afeganistão, Indonésia e territórios palestinos.
Não por acaso, o “mapa” dos tumultos coincide, em parte, com o palco da onda de protestos pró-democracia do ano passado, a chamada “Primavera Árabe”. Nessas nações, a queda de regimes ditatoriais gerou instabilidade política e fortalecimento de grupos islâmicos radicais, que agora insuflam a ira contra os americanos.
Um dos casos mais exemplares é o do Egito. Pressionado por manifestações populares, o presidente Hosni Mubarak renunciou ao cargo no dia 11 de fevereiro, encerrando três décadas de ditadura. Em junho, no segundo turno das primeiras eleições livres da história do país, o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohamed Morsi, venceu as eleições presidenciais.
A Irmandade Muçulmana é um dos movimentos que segue o fundamentalismo islâmico moderno, surgido nos anos 1980, que defende um Estado baseado nos princípios do Islã. Para os fundamentalistas, os Estados Unidos são vistos como inimigo por apoiar Israel nos conflitos contra os árabes e pelo histórico de intervenções militares na