Confins do sertão
Severino e sua esposa Maria moram numa casa bem humilde, feita de pauapique e coberta de sapê, vivem conforme o ambiente no sofrimento da caatinga com pequenas criações, plantando o pouco que cresc. Seus filhos, todos com saúde perfeita ajudam os pais na lida do dia-a-dia.
Ele trabalha de sol-a-sol sem reclamar da árdua vida que leva, água? Somente em longínquos açudes aos quais leva seu burrinho carregado de vasilhames de barro.
Eis que um belo dia, bate em sua porta alguns andarilhos com roupas muito coloridas pedindo pouso.
Severino e Maria, que não estão acostumados a receber visitas, os acolhem partilhando o pouco que tem com aquelas pessoas.
Uma mulher de nome Sara, afetuou-se demais ao casal e vendo a disposição de Maria na rotina de seu dia, ofereceu-se para ler a sorte dela.
Maria dê-me sua mão para que eu leia sua sorte!
Num carece não, Sara! É o mínimo que posso fazer pela hospitalidade tão prazerosa que você e seu marido estão nos oferecendo! num vai doê não, né?
Claro que não! Eu vou ler o seu futuro e te dizer algumas coisas que você talvez não saiba!
Quando Sara pegou a mão de Maria, logo sentiu um arrepio e seus olhos se contorceram de forma que a pobre mulher pensou que Sara estava passando mal.
-Ai meu Deus você está bem ? Sara o que tá acontecendo?
Sua vida é sofrida já perdeu dois filhos, não tem mais pai e nem mãe!
Maria assentiu com a cabeça e com os olhos arregalados continuou a escutar.
Em sete luas você será novamente abençoada com um filho varão e este será muito especial, por isso cuide muito bem dele pois ele será um grande homem essencial para a humanidade nesta geração.
Maria, que julgava não poder mais ficar gravida, escutou tudo mas, não deu muita atenção, pois pensava que o acontecido não passava de um delírio de Sara, devido ao seu momento doentio.
Maria, não zombou de Sara, que ficou ali posta de frente a ela, rezando com suas