Confinamento da Infância
PINTO, Maria Raquel Barreto1 - UFSC
GT: Educação Fundamental / n.13
Agência Financiadora: CNPq
Introdução
Este trabalho é oriundo da minha pesquisa de mestrado que teve como objetivo investigar a condição social da criança em nossa sociedade, mais especificamente, a condição do brincar no interior de uma escola pública, entendendo o brincar no seu sentido amplo, enquanto uma atividade/necessidade humana e um direito social da criança. Durante a minha pesquisa, buscando compreender a condição da criança e da infância na sociedade, principalmente das crianças matriculadas nas primeiras séries do ensino fundamental, acabei me deparando com um fenômeno denominado tanto na literatura especializada quanto pela imprensa falada e escrita por uma espécie de confinamento da infância, no sentido do seu encurtamento; privação, limite, enclausuramento e encerramento. Neste texto, procuro trazer uma análise do processo de privatização do tempo e do espaço da infância na sociedade e como o espaço escolar enquanto espaço público pode ser transformado num lugar privilegiado da infância nos nossos tempos. Primeiramente, busco a partir da análise da produção acadêmica identificar como os pesquisadores vêm discutindo o tempo e o espaço escolares relacionados ao tempo e espaço da infância. Depois, discuto os aspectos históricos e sociológicos do tempo e do espaço escolares, bem como questões relacionadas à qualidade funcional e construtiva destes espaços. Por fim, trago algumas considerações a respeito das possibilidades da escola vir a se tornar um espaço construído e organizado com a participação das crianças, respeitando-as enquanto sujeito de direitos.
Na sociedade capitalista, onde a vida dos indivíduos é conduzida pela lógica do trabalho, a escola acaba assumindo uma importância significativa na socialização das crianças, na medida em que compartilha com a família a socialização e a inserção