Condicoes para a internacionalizacao da amazonia
Dentre todos os aspectos exaltados pela globalização, a internacionalização de áreas e bens culturais deve estar em meio as mais polêmicas. Afinal a discussão sobre até onde o interesse coletivo internacional deve agir confrontando, e até infringindo o poder político do Estado que tem posse de tais bens caracteriza um embate muito complexo.
A verdade e que a internacionalização se tornará um mecanismo funcional se, e somente se, todos os 193 países do globo estiverem dispostos a promover a integração do planeta, já que é um absurdo crer na ilusão de que um país compartilhara seus territórios com o restante do mundo sem que o contrário também seja verdade.
Outra dificuldade dentro desse processo seriam as negociações com governos autoritários, como é o caso de Cuba, da China e até mesmo da nossa vizinha Venezuela. Ou será que por conta dos regimes que regem esse países o restante do mundo deve ser privado de conhecer as belezas naturais que dominam as inúmeras ilhas venezuelanas e a costa marítima de Cuba, ou do contato com a milenar cultura chinesa?
O extraordinário porém é ter a percepção de que os países democráticos, pregadores da liberdade e da internacionalização – assim como o próprio EUA -, apresentam hoje diversas barreiras ao acesso à cultura dentro de seus territórios. São desgastantes os processos burocráticos a que todo turista tem que se submeter para poder visitar o Metropolian Museum, museu cujas obras não condizem apenas com a cultura americana, pelo contrário, suas peças retratam a história da humanidade.
Então antes de o Brasil ser pressionado para que se internacionalize a Amazônia, ou qualquer bem cultural, e necessária a certeza de que o processo ocorrerá em cadeia e de forma generalizada, e não como uma ação isolada.
Bianca Veiga