Concreto
O Pronto Socorro do Hospital Estadual São Lucas oferece serviços de alta complexidade e diversidade no atendimento a pacientes em situação de risco iminente de vida, porém esse atendimento nem sempre garante a qualidade da assistência, onde o objeto de trabalho mostra um cenário que muitas vezes representa: um verdadeiro espelho da situação de miséria da sociedade brasileira. Baleados, suicidas, violentados, politraumatizados caracterizam grande parcela dos usuários, vítimas da imprudência e da desinformação, entre outros males.
A equipe de saúde responsável pelo serviço de emergência vive diariamente sob pressão ocasionada pela necessidade do ganho de tempo, pela rapidez e precisão da intervenção, pela elevada demanda de atendimentos. Os pacientes, por sua vez, encontram-se tensos e temerosos perante o desconhecido - ambiente e profissionais - e sentem-se fragilizados, reagindo muitas vezes com agressividade. A passagem, repentina e inesperada, de um estado de saúde plena à proximidade com a morte pode afetar o equilíbrio emocional das vítimas - pacientes e famílias -, os quais, por vezes, se expressam por agressões físicas e verbais, evidenciando revolta contra as carências das políticas públicas e deparando no profissional de saúde o seu representante e o responsável, portanto.
Este é o desafio encontrado pela enfermagem na construção de seu fazer, considerando as dimensões - éticas , técnicas e institucionais , do cuidado e dos valores, sentimentos e limites do ser de cuidado e do ser cuidador, especialmente quando o cenário é uma unidade hospitar de atendimento de Urgência e Emergência.
O projeto foi idealizado para alcançar o seguinte objetivo:
• Desenvolver um trabalho de humanização com os profissionais que lidam diretamente com o paciente e a família (enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem).
Considerando a imprevisibilidade, o ritmo acelerado de trabalho, a vigilância