Concorr Ncia Schupeteriana Possas

Concorrência Schumpeteriana – Mario Possas
1 – Introdução
Concorrência na economia capitalista passa a ser vista como um processo evolutivo, e portanto dinâmico, gerado por fatores endógenos ao sistema econômico, notadamente as inovações que emergem incessantemente da busca de novas oportunidades lucrativas por parte das empresas em sua interação competitiva.
2 - Diferentes Visões da concorrência na Teoria Econômica
2.1 – A noção clássica de concorrência
A noção clássica de concorrência está associada a livre mobilidade do capital entre diferentes industrias, implicando a livre entrada ou a ausência de barreiras a entrada. Entretanto, é característico do enfoque teórico da economia clássica sua preocupação maior com o resultado desse processo do que com o processo da concorrência em si. Nesse quadro, a concorrência não é objeto de analise em si, mas só interessa pelos seus efeitos tendências ou de longo prazo, associados a teoria da determinação dos preços e da taxa de lucro de equilíbrio.
2.2 – A concorrência em Marx
Na concepção de Marx a concorrência não tem o status de gerar por si mesmo efeitos relevantes nas economias capitalistas; ela cumpre apenas um papel intermediário de executar as leis de movimento dessa economia, determinadas em nível mais superficial da concorrência, incapaz de criar ou afetar essas determinações. Por outro lado, Marx também tinha uma percepção da concorrência como um mecanismo permanente de introdução de progresso técnico, capaz de tornar endógena a economia capitalista a capacidade de mudança estrutural via inovações – de tornar o desenvolvimento das forças produtivas uma lei de movimento básica da economia capitalista.
2.3 – A noção neoclássica de concorrência
Na sua versão atual, trata-se da noção de concorrência perfeita, associada ao atomismo de mercado, em que as empresas individuais são tomadoras de preço, determinado pelo equilíbrio entre oferta e demanda, com preço de mercado igual a seu custo marginal. As implicações