Conclus Es
Neste trabalho, procurei relacionar o uso dos artefatos tecnológicos pelas pessoas na contemporaneidade em três aspectos que julgo fundamentais: a constituição dos ambientes mediadores (o ciberespaço), a lógica comunicacional e informacional envolvida (as conexões múltiplas) e a possibilidade de intervenção (as interações).
Temos, então, as tecnologias como determinantes do pensamento contemporâneo e das manifestações culturais de toda espécie no âmbito da sociedade? Não acredito nisso. A idéia do determinismo tecnológico é francamente insustentável, quando não ingênua. Lévy a repudia, ainda que em favor de um certo ‘condicionamento tecnológico’: "dizer que a técnica condiciona significa dizer que abre algumas possibilidades, que algumas opções culturais ou sociais não poderiam ser pensadas a sério sem sua presença" (1999, p.25). Penso que o condicionamento é meramente direcionador de um acontecimento de caráter sócio-cultural. A técnica que condiciona, então, ainda no pensamento de Lévy, cumpre um papel, entre muitos outros. Castells também nega a possibilidade de determinismo e também vê, em seu lugar, um condicionamento promovido pelo que chama de "novo meio tecnológico" (2002, p.108). Ao comentar sobre um dos aspectos que considera representar "a base material da sociedade da informação", a penetrabilidade dos efeitos das novas tecnologias, o autor argumenta que "todos os processos de nossa existência individual e coletiva são diretamente moldados (embora, com certeza, não determinados) pelo novo meio tecnológico" (op.cit.). Concluo que um sentido meramente técnico determinando o surgimento e a sustentação de uma sociedade informacional – um sentido neutro, sem conotações sociais e políticas e, portanto, destituído das amarrações provenientes de um sem-número de interações previamente existentes na malha social – não é concebível nem na pior das ficções.
Mencionei, neste último parágrafo, ao citar Castells, o conceito de ‘sociedade da