Concepções dos filósofos antigos e modernos
Podemos encontrar, na Antiguidade, uma vaga concep-ção de um tipo de processo evolucionista no pensamento dos filósofos gregos. Nas obras de Platão e Aristóteles encon-tra-se tanto a ideia de mudança social, quanto o conceito de progresso. Centenas de anos mais tarde, o poeta romano Lucrécio, escrevendo no século I, expressou, em De rerum navarum, a ideia de evolução não somente das coisas materiais, mas também dos assuntos sociais. O maior desenvolvimento desse conceito, contudo, só foi feito séculos mais tarde. No século XVII, encontra-se, novamente, a noção de evolução social nas interpretações dos filósofos. Essas teorias baseavam-se, naturalmente, quase todas na especulação. Assim, o filósofo inglês Thomas Hobbes, um dos primeiros de uma série de pensadores dos séculos XVII e XVIII preocupados com a origem dos fenómenos, inclusive da sociedade huma-na, concluiu que o homem foi, de início, pouco mais do que um selvagem, levando uma vida isolada e egoísta, visando apenas à satisfação de seus próprios desejos e impulsos. O homem primitivo estava sempre em guerra com os outros ho-mens, e vivia no terror perene de ser atacado e morto pêlos vizinhos. Com o tempo, no entanto, compreendeu que, reu-nindo-se em bandos e concordando em viver em paz com os vizinhos, seria capaz de livrar-se das condições insuportá-veis em que se encontrava. A sociedade organizada emergiu desse período da existência humana.
Um contemporâneo de Hobbes, John Locke, divergiu dele ao representar o estado original do homem como sendo mais pacífico do que beligerante. Mas afirmou igualmente que, para progredir, o homem teve que reunir-se em grandes gru-pos, em vez de viver em famílias isoladas e pequenos bandos, que, para ele, foram a forma original da vida grupai. Opinião semelhante foi manifestada pelo filósofo francês do sé-culo XVIII Jean-Jacques Rousseau. Considerando o estado original do homem nem bom, nem mau, mas simplesmente "natural", ele o